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May 30, 2023

Leia um trecho de 'Holly Horror', de Michelle Jabès Corpora

Temos o prazer de compartilhar um trecho do romance YA recém-lançado de Michelle Jabès Corpora, Holly Horror, que é rico em mistério, emoções e atividades sobrenaturais, dando a um amado personagem clássico uma nova e ousada reimaginação com um toque sombrio.

Após o doloroso divórcio de seus pais, Evie Archer espera que a mudança para Ravenglass, Massachusetts, seja o recomeço que sua família precisa. Mas Evie rapidamente percebe que sua nova casa – conhecida pelos moradores locais como a Casa do Terror – carrega seu próprio passado sombrio depois de saber sobre Holly Hobbie, que desapareceu misteriosamente em seu quarto uma noite.

Mas vestígios de Holly permanecem na Casa do Terror e lentamente começam a tomar conta da vida de Evie. Uma estranha sombra a segue aonde quer que ela vá, e Evie começa a perder de vista o que é real e o que não é à medida que aprende sobre The Lost Girl.

Evie conseguirá descobrir o que aconteceu na noite do desaparecimento de Holly? Ou a história está fadada a se repetir na Casa do Terror?

Capítulo 2

Holly Hobbie. A Garota Perdida de Ravenglass.Evie ouviu a história pela primeira vez quando era uma garotinha, com idade suficiente para ficar curiosa sobre as coisas que sua mãe falava a portas fechadas. Holly era prima da mãe e da tia Martha — a mãe dela, Elizabeth Hobbie, era tia delas, e Holly, sua única filha. Quando eram jovens, Martha e Lynne às vezes iam passar o Natal em Ravenglass. Tia Martha era cinco anos mais velha, mas Lynne e Holly tinham idades próximas.

Mas tudo isso acabou há quarenta anos, quando Holly tinha apenas quinze anos.

Desde então, mamãe nunca mais voltou a este lugar. Nem uma vez.

Por fim, depois que a tia-avó Elizabeth e o tio-avô Dan se mudaram, tia Martha veio e nunca mais foi embora.

Evie olhou para a sala com novos olhos.

Em todos os anos de sua vida, nas poucas vezes em que Holly apareceu em uma conversa entre tia Martha e sua mãe, ou qualquer outra pessoa, ninguém jamais se referiu a Holly no passado. Como ela nunca foi encontrada e o corpo nunca foi recuperado, Holly parecia existir em um lugar nebuloso entre a vida e a morte.

Como o gato de Schrödinger, pensou ela. Era algo que seu professor de ciências lhe contara uma vez: um experimento mental sobre um gato dentro de uma caixa que está simultaneamente vivo e morto.

Ela colocou a mochila na cama e estava prestes a descer quando ouviu algo.

Um som suave e rítmico.

Estava vindo do armário.

O coração de Evie bateu forte, mas ela se dirigiu para a porta. Já estava entreaberta. Ela abriu-a com um puxão e recuou. Um par de olhos brilhantes olhou para ela da escuridão interior. Evie suspirou de alívio. Era apenas um gato.

"Olá. Venha agora. Ah, o que você tem aí?

Depois de um momento, o gato saiu do armário. Era um gato malhado laranja, com o pelo longo emaranhado em algumas partes, faltando um entalhe em uma das orelhas. Quando viu Evie, deixou cair algo pequeno e molhado aos seus pés.

Era uma toupeira morta, sem olhos e quase rasgada em dois. O gato, com a boca coberta de sangue, sentou-se com o rabo enrolado e começou a se banhar com sua bela língua rosada.

Evie recuou, enojada. Mas o gato apenas ronronou, enrolando-se em seus tornozelos. “Nojento”, disse ela, procurando algo para pegar o maldito pacote. Mas todos os materiais de limpeza ainda estavam embalados. “Não vá a lugar nenhum”, ela disse ao gato.

No andar de baixo, mamãe terminou de limpar a mesa e as bancadas e começou a separar as caixas em pilhas para cada cômodo. “Estes são seus”, disse ela a Evie, apontando para uma pequena montanha. “Você pode começar a aceitá-los.”

Evie abriu a boca para dizer que havia um gato de rua morando em seu quarto, mas desistiu. Sua mãe nunca os deixou ter animais de estimação em Nova York, e Evie não estava disposta a deixá-la acabar com isso logo no primeiro dia. “Tudo bem”, disse Evie, pegando um rolo de papel toalha. “Eu só preciso—”

“Pensando bem, não se preocupe com as caixas agora. O sol está se pondo e nenhum de nós jantou ainda. Você pode pegar algo para nós naquele lugarzinho na rua? Acho que fica a apenas oitocentos metros de distância.”

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